segunda-feira, 27 de abril de 2015

Tirando os pés do chão





Segunda-feira, 27 de Abril de 2015

Um email com um convite inusitado, participar de um treino SECRETO, em uma sociedade secreta e com grandes emoções, a única informação recebida era o dia e o horário, nem o local do encontro foi informado. O dia, domingo, o horário, 05:00 da manhã.
E além das grandes emoções uma intimação no final, Seja rápido, CORAJOSO.

Para correr não precisa de coragem, precisa só de vontade e ser rápido é algo que alguns poucos conseguem com muito treino. Sendo assim, recusar esse chamado seria um ato de covardia.



Porém, existia um único impedimento, a corrida infantil de aniversário do AEC Kaue, de iTaquera, 17 anos incentivando as crianças a entrarem no esporte, apresentando a corrida e mostrando que com vontade e dedicação é possível vencer na vida. Eu tinha reservado a data para levar meu pequeno e amiguinhos para correr com o Fran, para apoiar cada vez mais essa grande causa e aparece um convite maluco desse. E agora?

Felizmente muitos amigos puderam comparecer a corrida do AEC Kaue e até um pequeno novo corredor em sua primeira corrida pode comparecer a prova e correr na vaga do meu filhote. O afilhado da Michele, fisioterapeuta na Fisionoesporte curtiu muito sua primeira experiência e medalha na pista onde nascem as sementes do asfalto. Parabéns Mi por incentivá-lo.
Parabéns Fran e AEC Kaue pelos 17 anos. Muito sucesso sempre.

Voltando para o treino secreto.

Após a confirmação da presença recebi o endereço do encontro, a curiosidade ficou aguçada e por ser secreto não podia nem comentar com os amigos.

Praticamente sem dormir pela correria do sábado e o medo de perder a hora, antes do despertador tocar eu já estava pronto para sair de casa e encarar o desafio.

Na chegada no local do encontro, vi algumas vans, dois micro-ônibus e várias pessoas na porta, na expectativa, esperando para o relógio bater 05:00.

A brincadeira já foi ficando mais legal ao encontrar tantos amigos que também foram convocados, grandes expectativas, muita curiosidade, e aquela cara de sono.

Nós recebemos um kit da #SecretRunningSociety com um FASS 300 personalizado e partimos rumo ao desconhecido.

Micro-ônibus na estrada, clima de descontração e muitas histórias. Várias cidades conhecidas foram ficando para trás, Aldeia da Serra, Pirapora, São Roque, Sorocaba e nada de chegarmos a lugar algum.

Paramos na estrada após passar por dentro da cidade de Boituva e o assunto já tinha passado pelas alturas, afinal a cidade é a "Capital dos esportes aéreos".

As instruções passadas foram simples e objetivas, todos vão correr 10k por um percurso marcado, com hidratação e uma equipe de filmagem com vans e motos acompanhando.

Largamos, subimos, descemos, passamos na cidade, atravessamos a estrada por uma passarela e seguimos por uma estradinha que acabou no Centro Nacional de Paraquedismo onde éramos esperados com um super café da manhã e a equipe da Puma.

Fotos da corrida, "ainda" com os pés no chão

Agora, uma dúvida no AR, correríamos os 5 kms faltantes voltando no percurso "ou"??????

Sim, o "ou" ganhou quando recebemos as novas instruções, os últimos quase 5 kms faltantes seriam em queda livre com paraquedas com os instrutores da Sky Company Paraquedismo.

Existia a opção de dizer não, de recusar, de voltar para São Paulo como um  membro do #SecretRunningSociety depois de um encontro muito legal com amigos, uma corrida em um percurso diferente, inovador e um gostoso café da manhã vendo pessoas cairem do céu na bela manhã de domingo, "ou".

Depois de muito pensar, de muitas piadas e de não aproveitar o delicioso café da manhã já analisando que barriga cheia poderia causar problemas, respondi SIM, entrei na fila do grupo 1 e fomos receber as instruções. Foram os minutos mais longos da minha vida, muitos pensamentos, medos, dúvidas e tudo parecia uma eternidade, nunca chegava a hora de voar, de cair.

Os nomes dos paraquedistas são mais um motivo para brincadeiras, e para pular comigo foi escolhido o Galinha, com certeza quem escolheu não me viu entregando a ficha, não viu a toca de aranha, caso contrário teria me colocado para cair com o Aranha.

A eternidade continuava, seríamos os primeiros, fomos esperar o avião, recebemos as últimas instruções e nada do Galinha ficar pronto, ele foi o último, fomos os últimos a subir no avião e dessa forma ficamos ao lado da porta, o que me fez deduzir que eu seria o primeiro a despencar no céu azul de brigadeiro.

Eu só conseguia ver o câmera que registrava a aflição de todos e ouvir o que o Galinha falava, chegamos a 6.000 pés, tocou uma buzina, um alarme, uma luz vermelha piscava, se alguém estava calmo, aquele momento mudou tudo, avisaram que estávamos na metade da subida e a eternidade continuava.

Quando apitou de novo, um paraquedista solo com câmera no capacete avisou que nossa hora tinha chegado e foi abrindo a porta, eu já estava posicionado com o Galinha, não deu tempo de pensar em nada, dois passos e .................... despencamos, três segundos e o sinal combinado, o Galinha bateu no meu ombro, era hora de abrir os braços e os segundos seguintes, nem imagino quantos, pareceram uma vida, a velocidade absurda, várias piscinas que pareciam copos de água lá embaixo, distante, muito distante e muito rápido, eu tinha sede desde antes de entrar no avião, a boca já estava seca, ficou mais seca ainda, e as piscinas continuavam muito distantes e a queda cada vez mais rápida, o Galinha me filmando com duas câmeras e eu gritando e olhando tudo até que de repente, puff, paramos no ar, as pernas antes dobradas com o calcanhar na buzanfa agora estava estendida, descendo calmamente com os comandos do Galinha. Eu ficaria descendo horas se fosse possível, mas o Galinha me passou o comando do paraquedas e fez eu puxar primeiro para a direita e depois para a esquerda, e nessas puxadas, rodamos, fizemos curvas rápidas que chacoalharam tudo, um momento liquidificador que também foi super rápido, mas se tivessem outros poderia ter dado um revertério. Felizmente não deu, voltamos a posição esticada, o Galinha passou as instruções de pouso, pedi para ele segurar um pouquinho a velocidade, o momento liquidificador passou e aterrissamos calmamente no gramado, Simplesmente SENSACIONAL!!!

Fiquei largado no gramado ainda não acreditando quando começaram a chegar os outros membros da #SecretRunningSociety . Todos do grupo 1 estavam caindo de paraquedas pela primeira vez e  chegaram extasiados com  a experiência incrível!!! Simplesmente indescritível.

Para subir na aeronave, foi recomendado não levar celulares, câmeras, óculos e afins, por motivos óbvios. Como o desconhecido era realmente desconhecido, melhor não inventar moda, fui com o GPS TomTom Runner no pulso e liguei-o ainda no chão.

As batidas do coração estavam baixas, e continuaram assim até o fim do percurso, a velocidade de voo passou dos 500 km/h e as marcações de km ficaram meio confusas já que a média final foi de 00:46 min/km. Surpreendente, eu pensava que os batimentos subiriam e na verdade estava quase parado. Vou descobrir mais tarde com a Dra Ana Paula, cardiologista da pesquisa com maratonistas e atualizo aqui. Fiquei curioso.

Sem câmeras, sem fotos? Nãooooooo. As fotos e imagens de todos foram entregues para a produtora da missão que vai editar e encaminhar para cada um ds participantes. Quem fizer o voo/queda direto na Sky Company Paraquedismo sai com as imagens 40 minutos após a aterrissagem.

Status do momento: aguardando o vídeo e fotos para reviver essa loucura ou pelo menos dar boas risadas com as imagens. Em breve em todas as minhas mídias sociais.

Para participar da #SecretRunningSociety era preciso ser indicado por um dos membros, como nenhum dos membros me comunicou de uma eventual indicação, vou acreditar que quem me indicou foi o Usain, o Bolt da semana passada. Ou ele gostou de mim, ou ele queria descobrir se aranha voava.

Após essa experiência posso garantir que Galinha voa, e manda muito bem.

Obrigado Puma, Rafael, Caio, Gustavo por essa manhã de domingo.

Obrigado #SecretRunningSociety pela experiência, não colocarei o nome de ninguém aqui porque com certeza faltarão vários. Foi sensacional e a adrenalina continua a mil.








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2 comentários :

Daniela Barcelos disse...

Nossa Colucci! Fico imaginando a mistura de sensações! Parabéns pela coragem, por ter encarado se jogar lá do alto! Admiro ainda mais você!
Você merece muito fazer parte dos selecionados, sempre!

Ana Carô disse...

Eu também saltei com o Galinha e comigo também rolou toda essa demora. Todo mundo já recebendo instruções e eu ainda sem ver o instrutor! Ô ansiedade!

O domingo foi DEMAIS, até agora não tenho palavras para descrever toda essa experiência. Sensacional!